quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cabeça Dinossauro Na íntegra

Como parte das comemorações dos 30 anos dos Titãs, banda revisita repertório a partir de março


No ano de aniversário de 30 anos, os Titãs aderem à moda que está fazendo sucesso lá fora, com adeptos como The Cure, Red Hot Chili Peppers e Metallica. O grupo realizará miniturnê com a íntegra do emblemático Cabeça dinossauro (1986) como parte das comemorações dos 30 anos, celebrados no dia 15 de outubro. A estreia acontece em março, em São Paulo, onde os Titãs farão seis shows. Outras datas devem surgir, mas nenhuma foi divulgada por enquanto. ?A gente está curtindo a repercussão, na imprensa e no público. Acho que vamos rodar o Brasil sim?, aposta o guitarrista Tony Bellotto.


Cabeça dinossauro trouxe hits como Família, Bichos escrotos e Polícia. O disco foi lançado pouco depois que Arnaldo Antunes e Tony Bellotto foram presos por porte de heroína, durante o clima de final de ditadura. Bichos escrotos foi proibida de tocar nas rádios. O boato de que ex-Titãs seriam convidados para as apresentações é desmentido por Bellotto, mas os fãs não precisam ficar desanimados. A próxima etapa das comemorações, no segundo semestre, será composta por apresentações com artistas que marcaram a trajetória da banda. Obviamente, os antigos integrantes não ficarão de fora. O ciclo encerra com um álbum de inéditas, no final deste ano ou início do próximo.


A ideia do show de Cabeça dinossauro foi estimulada pela tendência mundial, mas não foi aceita imediatamente. ?No início, a gente resistiu. Fazer um show de Cabeça dinossauro do nada? Mas achamos que combina dentro da programação dos 30 anos. Agora estamos achando o maior barato?, conta o titã. Desde que decidiram levar à frente a proposta, em novembro, Bellotto tem redescoberto suas próprias composições. ?Algumas são músicas que não tocávamos há muitos anos, como Dívidas e Estado violência. Tenho que tirar algumas como se fossem de outro artista?, confessa.


Grandes nomes da música mundial já aderiram à moda. A banda norte-americana Metallica vai tocar em junho o álbum Metallica (1991), principalmente conhecido como ?álbum preto?, durante o Download Festival, em Donington Park, na Inglaterra. O disco, que já vendeu mais de 25 milhões de cópias em todo o mundo, impulsionou o sucesso do grupo. A inglesa The Cure voltou às origens no festival Vivid Live, na Austrália, em que a banda apresentou os três discos de estreia, Three imaginary boys (1979), Seventeen seconds (1980) e Faith (1981), em maio e junho do ano passado.


Por aqui, a mania já está se difundindo. Os Paralamas do Sucesso realizaram, no ano passado, apresentações com o faixa a faixa de Selvagem? (1986). Em julho, a banda Ultraje a Rigor revisitou dois dos seus principais lançamentos, Nós vamos invadir sua praia (1985) e Sexo! (1987) em dias seguidos. Também no ano passado, o Raimundos fez revival de Raimundos (1994), Lavô tá novo (1995) e Só no forévis (1999). A banda paulista Dance of Days incorporou totalmente a proposta. Tocou nada menos que oito álbuns em uma verdadeira maratona musical, que foi apresentada no Recife em março.


Pernambucanos também têm feito shows de álbuns integrais. No Festival de Inverno do ano passado, Alceu Valença tocou todas as músicas do lendário Vivo (1976). A Nação Zumbi fez o mesmo, mostrando o disco Da lama ao caos (1994). O show de Vivo foi gravado em março, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, dentro do projeto Álbum, do qual já participaram Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos (com Dança das cabeças, 1976), Nação Zumbi (com Da lama?) e Mundo Livre S/A (com Samba esquema noise, de 1994, Guentando a ôia, de 1996, e Por pouco, de 2000).


Não somente de discos lendários vivem os shows de íntegras. A banda californiana Korn lançou o álbum The path of totality em apresentação com todas as faixas, em dezembro de 2011. Quem também fez show de estreia com todos as músicas da novidade foi o Red Hot Chili Peppers. A apresentação de I?m with you, em agosto, na Alemanha, foi exibida em cinemas de 33 países, inclusive o Brasil. Dobradinha de duas fortes tendências que ainda serão muito exploradas: repertório integral e show transmitido nos cinemas



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