sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Titãs celebram seus 30 anos com programação especial

Show de ‘Cabeça dinossauro’, CD de inéditas e reunião com ex-integrantes para festejar


RIO - Em 1982, quando fizeram seu primeiro show, os Titãs eram nove. De lá para cá, integrantes saíram, um baterista foi trocado (saiu André Jung e entrou Charles Gavin, que por sua vez deixou a banda em 2010 para dar lugar ao músico convidado Mario Fabre) e o guitarrista Marcelo Fromer morreu, num acidente de trânsito, em 2001. No ano em que a banda completa 30 anos, nada mais justo que os fundadores — e sobreviventes — Paulo Miklos, Branco Mello, Tony Bellotto e Sérgio Britto façam uma grande festa, que se estenderá pelo ano inteiro.Em março, eles estreiam o show em que vão tocar na íntegra o explosivo disco "Cabeça dinossauro" (1986). Para o fim do ano, começo de 2013, preveem o lançamento de um CD de inéditas. Entre um e outro, em algum ponto do segundo semestre, eles fazem show (que deve ser gravado em DVD), com a participação de ex-integrantes, de contemporâneos do rock e de convidados "que tenham a ver com o que a gente faz", como define o guitarrista Bellotto.
— A esperança é a de que todo mundo possa participar — diz ele.
Informado sobre os planos da sua ex-banda, Charles Gavin se diz animado.
— Acho que temos o dever de celebrar os 30 anos dos Titãs. Vamos tocar, trabalhar e nos divertir juntos outra vez.
De férias, o ex-vocalista Arnaldo Antunes (que partiu para carreira solo em 1992) não se manifestou, embora fontes garantam sua presença. Já a assessoria de imprensa do ex-baixista Nando Reis (que saiu dos Titãs em 2002) informa: "Por enquanto, o Nando não foi convidado. Ele está superatarefado, ensaiando para uma sequência de shows. Logo depois, já entra em estúdio para gravar o novo disco."
A festa dos 30 anos dos Titãs começa em 8 de março, quando eles estreiam no Sesc Belenzinho, em São Paulo, o show de "Cabeça dinossauro", disco que revelou a banda para o grande público com suas músicas agressivas ("Polícia", "Porrada", "Igreja", "Bichos escrotos") que as rádios, inicialmente, se recusaram a tocar.
— Mas, de um dia pro outro, apareceu nos shows uma plateia que conhecia o disco inteiro — recorda-se o tecladista e vocalista Sérgio Britto.
Na semana que vem, os Titãs começam em São Paulo os ensaios, tentando "não dar ao show um aspecto de coisa nostálgica", como diz Tony Bellotto.
— Esse é um disco que nunca nos abandonou, ainda tocamos muitas músicas dele, como "Polícia", "Homem primata", "Cabeça dinossauro" e "Porrada". Mas esperamos agora reencontrar velhos amigos, como "O que", "A face do destruidor", "Estado violência" e "Dívidas" (música que a banda só tocou na turnê do "Cabeça").
— Não é um projeto de arqueologia. No bis, vamos tocar outras músicas do nosso repertório que mostram nosso lado mais pesado — diz Britto, que deve cantar "Será que é isso que eu necessito?" (do disco "Titanomaquia", lançado em 1993) entre as músicas da segunda parte do espetáculo.
Ainda sem datas do show de "Cabeça dinossauro" para o Rio de Janeiro (embora garantam que a cidade será contemplada com o espetáculo), a banda completa dois anos da sua atual formação, na qual o vocalista Branco Mello dobra como baixista, e Paulo Miklos (também vocalista) mostra os seus talentos na guitarra.
— É uma banda totalmente renovada, que tem uma vibração, um tesão de tocar — diz Miklos. — O show que fizemos com os Xutos e Pontapés (a veterana banda portuguesa) no Rock in Rio nos levou de volta a uma sonoridade parecida com a do nosso começo. Estamos crus, sujos e malvados novamente!
Em maio, por sinal, os Titãs voltam a se apresentar com os Xutos no Rock in Rio Lisboa (enquanto as gravações do encontro carioca saem em DVD). O plano da banda é também aproveitar a volta da parceria com sua antiga gravadora, a Warner, para lançar, enfim, uma caixa com as versões remasterizadas dos 12 discos que lançou por lá. Se possível, eles incluirão no pacote algumas raridades, achadas em fitas demo e gravações caseiras.
Em seu momento de renovação, os Titãs têm aproveitado para testar ao vivo algumas das músicas que devem entrar em seu novo disco. Entre elas, a guarânia-rockabilly "O caminho de Ypacaraí" e "Tradição", um samba composto por Sérgio Britto.
— Fiquei surpreso que a banda tenha topado tocá-lo. Mas a ideia é que o disco tenha brasilidade junto a esse nosso lado nervoso e ácido — diz Britto


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